Canção ao Mar - Mar Eterno
Oh mar eterno sem fundo sem fimOh mar das túrbidas vagas oh! MarDe ti e das bocas do mundo a mimSó me vem dores e pragas, oh marQue mal te fiz oh mar, oh marQue ao ver-me pões-te a arfar, a arfarQuebrando as ondas tuasDe encontro às rochas nuasSuspende a zanga um momento e escutaA voz do meu sofrimento na lutaQue o amor ascende em meu peito desfeitoDe tanto amar e penar, oh marQue até parece oh mar, oh marUm coração a arfar, a arfarEm ondas pelas fráguasQuebrando as suas mágoasDá-me notícias do meu amorQue um dia os ventos do céu, oh dorOs seus abraços furiosos, levaramOs seus sorrisos invejosos roubaramNão mais voltou ao lar, ao larNão mais o vi, oh marMar fria sepulturaDesta minha alma escuraRoubaste-me a luz querida do amorE me deixaste sem vida no horrorOh alma da tempestade amansa Não me leves a saudade e a esperançaQue esta saudade é quem, é quemMe ampara tão fiel, fielÉ como a doce mãeSuavíssima e cruelNas mágoas desta aflição que agitaMeu infeliz coração, bendita!Bendita seja a esperança que aindaLá me promete a bonança tão linda
Eugénio Tavares
Sem comentários:
Enviar um comentário