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| Autoria da pintura: Maria Alice Fernandes |
CABO VERDE FEMININO
Se pudesse escreverUm poema de amorE no poema de amorCantar o meu amor por ti….Mulher de Cabo VerdeIda que com dorOu com tristezaOu simplesmente sem alegriaCantaria o meu amor por ti,Mulher de Cabo VerdeSe pudesse escreverCom alegria e morazaCom morna e coladeiraCom batuque e funanaCantaria o meu amor por tiCom cola e contra-dançaTu mulher de cabo verdeCom tabanca e festivaisEscreveria o meu poema por tiE no meu poema,No meu poema, no poemaQue não sei escrever,Que nunca poderei escrever….Se pudesse cantar, cantar a tua belezaTu mulher crioula, tu mulher Cabo VerdeanaAi se eu fosse poeta….
Tu mulher de Santo Antão*Tu crioula bonita e exóticaTu mulher de montes e valesTe cantaria no meu poemaSe soubese escreverAi se eu fosse poeta…Escreveria o meu poema por ti!
Se eu fosse poetaE escrever soubesse e pudesseTe cantava e escrevia…Escrevia um poema ondeTu mulher citadinaTu mulher que passas as noitesAs belas noites de luarOu as belas noites de luzes eléctricas acesasA volta da praça, num vira e viraPondo conversas em dia e matando saudadesSaudades das cumadres que não vêsDesde ontem a noiteFalando conversas sem sentidoOu falando dos males ditos e ouvidosConversas sobre namorados e namorosNamoros tradicionais ou modernosConversas que encantam e destraiemTu mulher de MindeloTu São-Vicentina cosmopolitaTu mulher da cidade de MindeloComo te cantaria, se soubesse ser poeta!
Se eu pudesse escreverE fazer um poemaTe escrevia no meu poemaTu mulher de BoavistaTu que entre dunas e areiasImaginas e sonhas o amorDo marinheiro encalhadoQue jamais voltouTu bela e mui desejada crioula!
E tu Mulher do aeroportoSalgada morena crioulaDoce contraste do saborAi se eu fosse poetaTe veria antes que quaisquer turistasE te pintava na minha telaEm palavras que não sei escreverTu do Sal a minha crioulaAi se eu fosse poeta...
Crioula e morenaFilhas do grande Chiquinho,Poeta de nome e famaComo dizer porque não vos escrevoNo poema que não façoSe vos mui vezes fostesSem duvidas inspiraçãoNas noites e nos dias inspiradoresDos muitos poetas que a ilha já teveTu mulher de São NicolauComo não cantaria o teu amorSe eu fosse poeta?Ai se eu fosse poeta e soubesse escrever…
Se soubesse escrever,Ai se soubesse escreverMaio, minha querida ilha esquecidaTua mulher cantava sem duvidasE fazia dela o meu amorMorabeza e formosuraPequena ilha, mulheres bonitasAi se eu fosse poeta…
Tu Santiago, tua mulher BadiaFormosa esquia e trabalhadoraBatucadeira e mãe, lavadeiraE peixeira, mulher de vida duraNo campo a enchadaNa Praia o balaio e a rabidançaSe pudesse cantar e escreverUm hino te fariaTu Badia do meu coraçãoTu meu amor de sempre,Tu minha mulher badia queridaComo te cantaria se eu fosse poetaAi se eu fosse poeta...
E tu mulher de FogoE tu mulher de BravaEscaldantes mulheres bonitasDum lado o Vulcão e do outro o CismoLoucuras não vos faltamMulheres crioulas e doces e quentesMas como escreverSe não sei e nem sou poeta!Se eu fosse poetaAi se eu fosse poeta…Escreveria, podes crer que escreviaAi se eu fosse poeta…
Tu mulher que não existesQue nunca exististeTu mulher de Santa LuziaTu que és a minha imaginaçãoFormosa negra e morenaSereia dos cantos e das lendasNas noites de luarCoroada em ouroE banhada no azul celesteTu mulher que não existeTu mulher da ilha despovoadaSanta Luzia, mulher da minha imaginaçãoAi se eu fosse poeta, te escreveria e cantariaTu da desértica ilha despovoada!Ai se eu fosse poeta…

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